quarta-feira, 28 de julho de 2010

VAI-SE ANDANDO... DENTRO DO POSSÍVEL!


Quem diria que os bancos portugueses iam estar entre os melhores da Europa!? Os stress tests foram reveladores para os que ainda tinham dúvidas. Fiquei particularmente surpreso por o BPI ser considerado o banco Ibérico em melhores condições de resistir a uma crise e por o BCP ficar à frente da Caixa Geral de Depósitos! Uma coisa é certa, apesar de alguns iluminados virem agora dizer que os testes eram fáceis, a Europa bancária está sólida. Gostava aliás que estes stress tests fossem aplicados no Estados Unidos para que pudéssemos comparar os resultados. Com certeza haveriam umas surpresas.

Portanto, aliado aos dados económico facultados pelo INE, parece que a coisa afinal está composta. É claro que nem tudo vai bem no nosso reino, mas comparativamente a outros, atrevo-me a dizer que o nosso cenário está mesmo bastante bom. A economia cresce e o emprego vai acompanhar esse crescimento apesar de ser sempre o último indicador económico a reagir, como é aliás dos livros. A taxa de juro continua baixa como convém a 75% da população. A taxa de inflação parece controlada e com certeza não será problema a curto prazo. A balança externa portuguesa nunca foi tão boa. A procura de dívida portuguesa superou hoje três vezes a oferta, com uma redução de 1% na taxa de juro aplicada. Enfim, não tenho dúvida que este ano vamos bater as previsões económicas actuais.

Com certeza muitos não concordarão com o que escrevo. Consola-me saber que baseio todo este meu raciocínio em factos comprovados. Alguns chamar-me-ão um optimista ou mesmo irrealista... o que posso aceitar desde que, os que o fizerem, não queiram ter razão! A todos estes direi apenas que gosto de me pôr do lado da solução!

Podia com certeza dissertar sobre um relambório de tragédias e cataclismos económicos. Se fosse jornalista era capaz de vender mais/fazer nome! Não o farei! Sei que o nosso portuguesismo muitas vezes obriga-nos a ser pessimistas. Somos assim, não há nada a fazer. Pela parte que me toca, quando me perguntarem "Então... tudo bem?", garanto-vos que lutarei contra o nosso típico e conhecido "Vai-se andando... dentro do possível!".

terça-feira, 20 de julho de 2010

Síntese Económica de Conjuntura - Junho de 2010



Apetece-me dizer... "Crise? Qual crise??"



Portanto, a ver se eu percebo:


- "Em Portugal, o indicador de clima económico aumentou ligeiramente em Junho, prolongando a trajectória ascendente observada desde Maio de 2009. O indicador de actividade económica, disponível até Maio, manteve o forte movimento ascendente iniciado em Agosto de 2009, atingindo o valor mais elevado desde Abril de 2008. O indicador de consumo privado voltou a aumentar em Maio, embora apenas ligeiramente, registando o máximo desde Agosto de 1999, em resultado do contributo positivo de ambas as componentes, consumo corrente e consumo duradouro."

- "O indicador quantitativo do consumo privado aumentou ligeiramente em Maio, mantendo o acentuado movimento ascendente iniciado em Abril de 2009 e atingindo o valor mais elevado desde Agosto de 1999."
- "O indicador de consumo duradouro aumentou ligeiramente nos últimos dois meses, prolongando o forte perfil ascendente após ter registado o mínimo histórico em Março de 2009 e situando-se em Maio no valor mais elevado desde Abril de 1999."
- "... as vendas de automóveis ligeiros de passageiros passaram de uma variação homóloga de 46,7% em Maio para 62,2% em Junho."
- "Segundo o MTSS, a variação homóloga das remunerações médias mensais declaradas à Segurança Social apresentou um forte aumento, ao passar de 2,9% em Abril para 4,4% em Maio, invertendo o acentuado movimento descendente anterior e apresentando a taxa mais elevada desde Janeiro de 2003." Acrescento que o Rácio ofertas (vcs)/desempregados(vcs) é superior a qualquer período entre Março de 2004 e Março de 2007.
- "Por sua vez, o indicador qualitativo do consumo, baseado nas opiniões dos empresários do comércio a retalho, recuperou em Junho, prolongando o forte perfil ascendente iniciado em Maio de 2009, após ter atingido o mínimo da série."
No entanto e não sei influenciados por quem ou pelo quê...
- "Pelo contrário, o indicador de confiança dos consumidores, também disponível até Junho, tem vindo a diminuir significativamente desde Novembro, registando o valor mais baixo dos últimos doze meses."

Ou o Instituto Nacional de Estatística não sabe fazer contas, ou andamos todos a ser "enganados" por políticos e meios de comunicação social.

Já estava na altura de alguém ser sério na discussão dos problemas do país em vez de andarem entretidos a ver se promovem eleições antecipadas. Sinto que alguém me anda a vender gato por lebre!

Mando-vos o link para que leiam na íntegra (click no título).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PODES SEMPRE IR A PÉ!


Sempre fui da opinião que os bens e serviços considerados supérfluos fossem taxados de forma extraordinária nas alturas de aperto. Contudo, desta vez não consigo estar do lado do governo na questão das portagens. Apesar de compreender as razões subjacentes à proposta que está em cima da mesa, acho que esta medida, a ser implementada e apesar de achar que a solução proposta se aproxima de um futuro inevitável, será um tremendo erro estratégico. Primeiro porque está a ser pouco pensada, segundo porque uma mudança deste tipo e que altera as regras do jogo deve ser faseada e não imposta a pretexto da crise e terceiro porque só tem a ver com três coisa... receber mais dinheiro, mais depressa e com o menor custo possível.


O povo manifesta-se e neste caso, quase sempre com razão. Querem portajar? Muito bem... vão construir portagens que é para isso que elas servem. Querem começar a receber rápido? Azar... estas coisas não podem ser decididas assim.


Automatizar os sistemas de cobrança nas vias rodoviárias é um inevitabilidade. Que a principal razão desta mudança é a redução de custos (ou não aumento neste caso) por parte das empresas que prestam esse serviço, também não temos dúvidas. Agora, se assim é, espero não ver esse benefício reflectido exclusivamente nos bolsos dos diversos núcleos accionistas dessas empresas. Por outro lado, espero que acabem os incentivos estatais a essas entidades ou que pelo menos sejam reduzidos proporcionalmente.

Para além disso, temos que garantir que existem alternativas através de estradas secundárias. E se eu não quiser pagar? A pergunta é legítima. Tem que haver sempre alternativa e pelo que ouvi, pode não ser o caso.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE, NEM BEM QUE NUNCA ACABE!


Esta semana começou bem. Para além de uma série de soluções possíveis para uma quantas questões problemáticas que tenho em cima da mesa, parecem surgir umas quantas novas alternativas a cada dia que passa. Confesso que me agrada pois gosto de ver as coisas a mexer e é normalmente nestas alturas (permitam-me a expressão) que dá para um gajo se mandar pró chão!!!


Quando não temos alternativa a fazer o que nos diz a alma e quando para além do mais, é preciso ir contra tudo e contra todos para o conseguir, confesso que dá algum gozo começar a ver alguma luz ao fundo do túnel. Sempre ficamos menos sozinhos nas decisões que tomamos diariamente.


Enfim, sem ter nada parece que pode ser que tenha alguma coisa e como diz o ditado, não há fumo sem fogo. Pode ser que os calores que já se começam a sentir a sério, me ajudem a montar-me em labaredas enormes ainda este verão!


Oxalá que sim!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

BOLA PRÓ MATO QUE HOJE É JOGO DE CAMPEONATO


Infelizmente, todos sabemos como funciona o oportunismo político, governo ou oposição... não é relevante. Todos os temas são importantes, mas alguns temas são mais importantes que outros. A pergunta que faço é... para quem? Independentemente de hoje ser um ou amanhã outro, normalmente são tratados de forma parecida. Preocupa-me ver todos eles, salvo raras excepções, a serem debatidos de uma forma ouca, numa óptica de captação de voto ou intenção clubísticópartidária e muito pouco sobre a resolução estrutural que está inevitavelmente por detrás da quase totalidade dos assuntos nacionais. Vejo tanta gente a escrever, comentar, opinar e/ou criticar e no entanto e invariavelmente, quase tudo se traduz numa reflexão pobre, pouco informada e quase sempre com uma segunda intenção que não a resolução da problemática que justificou tanto latim.

Todos sabem que sou a favor do actual governo. Ou seja (e isto pode doer a alguns), faço parte da maioria dos Portugueses... pelo menos até novas eleições. Confesso que chego a ter pena destes ou de quaisquer outros indivíduos que venham a ocupar o seu lugar. E digo isto porquê? Quem quiser fazer um balanço sério deste governo desde que chegou ao poder, facilmente constata que este, foi o mais reformista dos últimos anos. Alguns exemplos disso são a segurança social, o regime dos militares, dos juízes, dos professores, dos médicos, do sistema de saúde, etc... Com certeza que houve muita coisa que não foi bem feita. Com certeza que muito do que foi feito podia ter sido feito de outra forma. No entanto, houve substanciais melhorias estruturais em quase todos os sectores da nossa sociedade. A mudança nunca é fácil e muito menos o combate aos lobbies instalados. No entanto, isso nunca impediu este governo de tomar medidas impopulares mas muito necessárias. A contestação faz tanto parte deste tema como a demagogia. Sei que muito dificilmente as coisas serão diferentes. Agora, também convêm não abusar. Ao ritmo a que isto vai e tendo os media cada vez mais dificuldade em vender jornais/apresentar resultados, temo que o telejornal assuma rapidamente o papel social dedicado à novela que invariavelmente o sucede.

Um dos jornais que leio diariamente chama-se Diário Económico. Parto, naturalmente, do princípio que não é um jornal das massas e que, as pessoas que o lêem como eu, têm um nível de educação/conhecimento/informação que não está certamente ao alcance de todos. Até aqui tudo bem. No entanto, o que me está a afligir são os comentários feitos pelos leitores às notícias publicadas. Permitam-me este desabafo... nunca vi escrever tanto disparate!!!! Se o nível intelectual dos mais cultos é este... isto não vai ser nada fácil. O que me leva ao cerne da questão que motivou esta entrada... educação, educação, educação.

Se reconheço que ao nível do ensino universitário estamos muito acima da média, no resto estamos talvez a anos de luz dos nossos pares. A questão prende-se com a pescadinha de rabo na boca que está montada e que alguém tem que travar. O povo, apesar de hoje em dia ter muito mais acesso à informação, recebe todo o tipo da mesma e raramente possui ferramentas intelectuais que permitam separar e filtrar o trigo do joio. O conhecimento das novas gerações é com toda a certeza infinitamente superior às anteriores, mas também o mundo é hoje infinitamente mais complexo. Antigamente o papel das escolas era maioritariamente ensinar. Atrevo-me a dizer que hoje em dia, se calhar é maioritariamente o de educar... ou devia ser! Se os pais são incultos e se os professores são incultos e se os jornalistas são incultos e se os colegas são incultos e se ninguém faz nada para que os filhos não sejam uns incultos, temo que acabe tudo a falar à Jorge Jesus! E se quem elege os nossos líderes são uma cambada de Jorge Jesuses, inevitavelmente Jorge Jesus será o próximo grande líder da nossa nação, para grande satisfação de 6.000.000, mas para mal de todos os nossos pecados!

Será assim tão difícil pegar num grupo de verdadeiros pensadores e procurar reformular a estrutura, método e conteúdo do nosso ensino. Será assim tão difícil obrigar a que as nossas crianças tenham aulas e actividades o dia todo? Será assim tão difícil que o papel da educação não se resuma às cadeiras básicas e que estimule e incentive outros aspectos como a criatividade ou a consciência social? Será assim tão difícil por as crianças a usar farda para que possam adquirir algum sentido de pertença ou disciplina? É com certeza muito difícil... e sabem porquê? Porque o Jesus só estabelece o onze, e o da equipe dele! As regras do jogo vêm lá de cima do outro Jesus que também é filho de Deus.

Felizmente, há sempre muitas excepções que confirmam a regra. Se me permitem que dê continuidade à minha analogia futebolística... sempre vão aparecendo uns Mourinhos. O problema é que enquanto não arrumarmos a casa vão continuar todos no estrangeiro, porque isto aqui é uma maravilha mas é para vir de férias...

A nossa sorte é que está quase a começar a época e portanto, depois de esgotado o tema da Vivo e após uma pequena reciclagem da polémica em torno dos preços da gasolina, bola pró mato que hoje é jogo de campeonato!