Sempre fui da opinião que os bens e serviços considerados supérfluos fossem taxados de forma extraordinária nas alturas de aperto. Contudo, desta vez não consigo estar do lado do governo na questão das portagens. Apesar de compreender as razões subjacentes à proposta que está em cima da mesa, acho que esta medida, a ser implementada e apesar de achar que a solução proposta se aproxima de um futuro inevitável, será um tremendo erro estratégico. Primeiro porque está a ser pouco pensada, segundo porque uma mudança deste tipo e que altera as regras do jogo deve ser faseada e não imposta a pretexto da crise e terceiro porque só tem a ver com três coisa... receber mais dinheiro, mais depressa e com o menor custo possível.
O povo manifesta-se e neste caso, quase sempre com razão. Querem portajar? Muito bem... vão construir portagens que é para isso que elas servem. Querem começar a receber rápido? Azar... estas coisas não podem ser decididas assim.
Automatizar os sistemas de cobrança nas vias rodoviárias é um inevitabilidade. Que a principal razão desta mudança é a redução de custos (ou não aumento neste caso) por parte das empresas que prestam esse serviço, também não temos dúvidas. Agora, se assim é, espero não ver esse benefício reflectido exclusivamente nos bolsos dos diversos núcleos accionistas dessas empresas. Por outro lado, espero que acabem os incentivos estatais a essas entidades ou que pelo menos sejam reduzidos proporcionalmente.
Para além disso, temos que garantir que existem alternativas através de estradas secundárias. E se eu não quiser pagar? A pergunta é legítima. Tem que haver sempre alternativa e pelo que ouvi, pode não ser o caso.
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